segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

JARDIM ENCONTRADO

   Final de tarde fria e céu nublado com um ar fresco, pós chuva. 
   Por um caminho de pedras brancas arredondadas e lisas, está um pequeno portão formado por várias barras de ferro, áspero com uma fechadura grande e danificada, fácil de abrir, ele dá acesso a um pequeno jardim, cercado por arbustos verdes escuros, bem aparados por sinal. Logo em frente há uma fonte cinzenta pouco alta com a estatua de um anjo, com asas grandes e bem desenhadas, por ela existem musgos, possivelmente, devido a quantia de água que gera umidade e pelas chuvas que ali já teve. Ao redor da fonte algumas flores brancas, com várias pétalas grandes e pontudas, muitas folhas pelos caules e miolo amarelo, sua essência é doce e cativante.
   No lado esquerdo deste jardim existe uma árvore grande, com o topo arredondado de tronco largo e cascas grossas, galhos fortes de diversos tamanhos, folhas amareladas algumas já secas espalhadas pelo chão. Em um galho mais baixo e forte há uma charmosa balança feita de cipós e um pequeno pedaço de madeira velha, descascada. O seu embalo permite sentir um prazeroso vento na pele, tocando os cabelos, refrescando os olhos e também o coração.
    No chão, há um gramado de matizes claras, também úmido, com pequenas poças por todo o jardim.
    Lá no fundo há um coreto de madeira, pintado de branco com heras enroladas nas colunas, coberto por carreiras de uvas roxas, suculentas e deliciosas. No chão uma areia fina de um tom claro, quase bege. 
   Ao lado direito da fonte avista-se uma cadeira de madeira de cor marrom, pernas curvas, braços e encosto bem talhados, estofada com tecido aveludado, macio de tom vermelho, pregado com tachas dourados. Um assento muito confortável. Próximo a cadeira há um espelho de uma moldura em bronze de formato retangular, posicionado na vertical, porém com o seu reflexo trincado. Entre a cadeira e o espelho há uma xícara de porcelana, com sua asa quebrada, mas ainda com um restinho de café cheiroso e de gosto amargo.
   O dia tornou-se noite, escurecendo cores, escondendo cenários de um jardim que agradece por ser descoberto e pede licença para dormir.

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